quarta-feira, 29 de julho de 2015

GESTUALIDADE



Gestualidade

Tal como vimos nos estudos de Seiler (1995,2000) sobre Lavater e os fisionomistas, a importância da linguagem não verbal chega a sua máxima expressão na gestualidade relacionado com o gesto gráfico, tanto na escola francesa de Michon e Crépieux-Jamin, que alguns quiseram catalogar como escola mímica, como na gestualidade diretamente gestáltica de Klages.
Deyanira Bedolla Pereda no capítulo 8 “Efeitos fisiológicos e psicológicos da forma” de sua tese de doutoralmente [Desenho sensorial. As novas pautas para a inovação, especialização e personalização do produto] faz eco da exposição gestual de L. Klages no sentido que no esquema da escrita se refletem traços dinâmicos da conduta motriz do autor, uma vez que como a a conduta corporal é estruturalmente semelhante às que caracterizam os estados de ânimo correspondentes. Abundando na correlação gestual, faz também uma referência a um estudo realizado pelo Sarah Lawrence College de onde se solicitou a um grupo de estudantes de dança que improvisassem com a expressão corporal estados afetivos como tristeza e força, a maioria expressam a tristeza com lentidão e movimentos curvos mas frouxos, de escassa amplitude, com direção indefinida ou vacilante e, ao contrário, a força foi manifestada com velocidade, movimentos amplos, retos e tensos, com direção precisa, nítida e para a frente.
São também interessantes as ideias que contribui María del Mar Forment Fernandez, do Departamento de Filología Española da Universitat de Barcelona no seu trabalho A verbalizaçõ da gestualidade na aprendizagem da escrita e leitoescritura nesta interrelação de expressões não verbais com a  escrita, com referencias diretas à tese doutoral de Lluís Payrató Giménez [Assaig de dialectologia gestual. Aproximació pragmática al repertori bàsic d´emblemes del català de Barcelena, Departamento de Filologia Catalana, Universitat de Barcelona, 1989].
Como complemento da tese anterior, cabe também elogiar o trabalho de Francesca A. Barrientos [Controlling Expressive Avatar Gesture, Ph.D. Dissertation, EECS Departament, Conputer Science Division, University of California, Berkley 202] aonde detalha a maneira em que os programadores de interfaces informáticos descrevem as emoções humanas através da quantificação do gesto gráfico – movimento gestual humano em pequena escala. Barrientos afirma que se pode analisar as diferenças do movimento gestual humano através de dimensões físicas, como são o tempo, o espaço (são fáceis de descrever e quantificar) e aceleração, e outras dimensões significantes, que são as da emoção. Para refletir a personalidade do sujeito costuma utilizar-se as dimensões significantes.
O estado emocional se reflete através do movimento. Darwin foi o primeiro que descobriu os movimentos associados à emoção, estabelecendo relação entre emoção e expressão. Estas nascem de movimentos adaptativos cuja finalidade é a comunicação.
Mas a expressão emocional não está somente na expressão facial, também na de todo o corpo. Por exemplo, diante do medo o ser humano responde com uma determinada expressão facial, mas também corporal que poderíamos resumir em um movimento adaptável de tensão e subida de ombros. Montepase, Goldstein e Clausen determinaram os sinais emocionais a partir do movimento humano. Assim, o aborrecido se caracterizaria por um andar pesado e passos largos, enquanto a felicidade com um passo rápido.

Barrientos  faz referencia a Allport e Vernon, os quais descrevem a ênfase com pressão aumentada e áreas estreitas. Escrever é um modo particular de movimento humano, ainda que estilizado, portanto, podemos extrair, assim, informações sobre o estado emocional do sujeito.

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