segunda-feira, 23 de março de 2009

A Identidade Gráfica


Manuel J. Moreno
Presidente do Instituto de Grafologia Analítica da Espanha

Tradução autorizada: Prof. Eduardo Evangelista

Ludwig Klages, o pai da caracterologia contemporânea afirmou que “para se determinar a identidade de uma pessoa a assinatura tem tanto valor jurídico quanto a cor dos olhos, a forma do crânio, as impressões digitais, etc.” , chegando ao princípio de que “A escrita é o resultado concreto e permanente do movimento gráfico pessoal”(1).

Crepieux-Jamin, ao iniciar sua exposição do método grafológico disse que as cifras que se obtem com as possíveis variações do traçado de uma única letra, não são nada, apesar de seu fabuloso resultado, comparadas com a realidade, se se tomasse como base de cálculo as letras mais complexas, as cifras se multiplicariam extraordinariamente. E concluiu: “nenhuma escrita é idêntica a outra: e aqui está a melhor prova da possibilidade da ciência grafológica”.

Por outro lado, de todos os gestos humanos é a escrita o mais especificamente humano, aquele mais intimamente ligado à sua formação psíquica superior. E com a vantagem de ficar fixado de forma permanente, podendo ser analisado em qualquer tempo e por qualquer pessoa.

Del Picchia (Tratado de Documentoscopia) diz que “negar a individualidade do gesto gráfico seria repudiar o reconhecimento da personalidade humana.

Então, podemos perguntar: Qual é o fundamento, o paradigma sobre o qual descansa a metodologia da grafologia, como ciência geral do grafismo?

Dito paradigma poderia resumir-se assim: todo grafismo é individual e inconfundível (1). Este é o princípio Fundamental sobre o qual gravita toda consideração grafotécnica.

Sollange Pellat, mestre francês, formulou um Postulado Geral e a existência de algumas leis que regem o grafismo. Seu postulado geral diz que “As leis da escrita não dependem dos alfabetos utilizados”. As características individuais que definem multifactorialmente o grafismo, pertencem ao continente e não ao conteúdo da escrita. Portanto, as leis que determinam e definem a escrita afetam exclusivamente a fisiognomia do traçado.

Todavia, é preciso estar familiarizado suficientemente com o alfabeto que serve de suporte à escrita objeto de análise. Os alfabetos são criações do espírito humano e se compõem de sinais pertencentes a um sistema mediante o qual, o homem, registra seu pensamento.

Os paises ocidentais utilizam o alfabeto latino que provem do fenício e que é composto de 26 signos ou letras. Qualquer escrita com base neste alfabeto é suscetível de ser interpretada à luz das leis gerais da escrita, ao combinar, ainda que em cada língua de maneira diferente, os mesmos sinais ou letras.

A primeira lei diz que “O gesto gráfico está sob a influência direta do cérebro. Sua forma não é modificada pelo órgão escritor, se este funciona normalmente e se encontra suficientemente adaptado à sua função”.

É o cérebro, a função psíquica superior, o encarregado de produzir a escrita.

Quando o escrevente, por exemplo, perde a mão ou esta está incapacitada para escrever, é a mão esquerda, os pés ou a boca, os que vão suprir e conservam as mesmas características gráficas.

Max Pulver disse: “Não devemos crer que a escrita é um produto da mão, mas de determinados partes do córtex cerebral, de onde saem os impulsos motores para mover a caneta. É, pois, o cérebro que escreve.

A segunda lei diz: “Quando se escreve o “eu” está em ação, mas o sentimento quase inconsciente de que o “eu” labora, passa por alternativas contínuas de intensidade e de debilidade. Está em sua máxima intensidade aonde existe um esforço a realizar (traços iniciais); e sua mínima, aonde o movimento escritural está secundado pelo impulso adquirido, isto é, os traços finais”.

O que a lei diz é que a escrita está seqüenciada por fatores conscientes e inconscientes. Os traços iniciais apresentam maior intencionalidade que os finais, que são mais resultantes da inércia do movimento escritural. Del Picchia comenta: “na prática, a conseqüência do fenômeno se nota quase sempre nas imitações (falsificações)”.

Terceira lei: “Não se pode modificar voluntariamente, num momento dado, a escrita natural, senão introduzindo no traçado a própria marca do esforço que se fez para obter a modificação”.

Assim, vemos que o grafismo põe em evidência uma particular constelação de características morfológicas e cinéticas, que são a expressão própria de nossa natureza, de nosso âmago psicofísico.

Quarta lei: “O escritor que atua em circunstâncias em que o ato de escrever é particularmente difícil, traça instintivamente formas de letras que lhe são mais habituais ou mais simples, de esquema mais fácil de ser construída.”

Esta lei manifesta a necessidade de tomar em consideração as circunstâncias virtualmente anormais em que foi realizada a escrita, isto é, na cama, em pé em frente à parede, sobre o capou de um carro, etc., e atentar para as reminiscências gráficas que surgem na regressão gráfica motivada pelas dificuldades do contexto em que se realiza a escrita.

(1) grifos do tradutor.

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3 comentários:

Anônimo disse...

Sou aluna e admiradora do professor Eduardo.
Hoje a Grafologia faz parte da minha vida, me ofertando uma nova forma de ver a vida... e tudo isso é graças a esse lindo homem chamado Eduardo
Um beijão professor.

Anônimo disse...

Sou aluna e admiradora do professor Eduardo.
Hoje a Grafologia faz parte da minha vida, me ofertando uma nova forma de ver a vida... e tudo isso é graças a esse lindo homem chamado Eduardo
Um beijão professor.
Renata Gil

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu